domingo, 16 de setembro de 2007

Noite inesquecível... Quase perfeita!

Era novo, ou melhor mais novo, e a caminho de Viseu, numa das viagens alucinadas no Fiat 127 do meu AMIGO (grande máquina, grandes momentos – nunca me vou esquecer, ou melhor nunca nos vamos esquecer do “já fomos” numa saída da IP3 a uma velocidade acima da indicada)... De repente, as conversas sobre tudo e sobre nada param e dão lugar ao entusiasmo do meu amigo... Motivo: a música que se ouvia na rádio... “Conheces?”, “já ouviste” e eu, sem entender muito bem, lá fui respondendo “não, nunca ouvi”, na maior das insignificâncias... “São os “The Gift””, diz ele com alegria e eu, continuando na minha “Ah! Ok... Não conheço...” e ficou por ali...
Eram tempos de estudante, e dentro do entra e sai de gente no apartamento que habitava lá aparecia algo novo de vez em quando...A música, por exemplo... (tive a sorte de viver com pessoas fantásticas)... Certo dia lá estava o “carequinha” a ouvir música... outro dia a mesma música... e ainda outro dia... daí ao pedido de gravação de uma cassete para eu próprio ouvir foi um pequeno passo... depois ouvia... ouvia... e, incrivelmente, não me cansava... Grupo: “The Gift”... Mas nem associei a nada... nem àquela conversa...
De repente, cada vez que recebia um colega em casa o que ouvia já não era o “Boa tarde” ou o “tudo bem”, mas o “outra vez esta música”, “não ouves mais nada”, ou pior ainda “como consegues ouvir isso”... Não interessava... eu estava bem, eu gostava e isso é que era importante... Pela primeira vez não ia esconder aquilo e muito menos fugir daquilo de que gostava... mesmo que outras pessoas detestassem...
Para mim a noite também mudou... ou melhor três a quatro minutos de cada noite mudaram... No início, tudo como sempre... A ida a uma tasca... uma cerveja aqui, outra conversa ali, depois uma brincadeira... e mais uma cerveja, umas setas, uma partida de bilhar, uns jogos de “matrecos” ou, mais habitualmente, umas cartinhas para passar o tempo... E depois a procura de um local para dançar... os outros dançarem, porque eu abanava-me um pouco e já era bom... pé de chumbo... E lá estava eu e o meu grupo... mais uma brincadeira... uma dança... e uma espera (pelo menos para mim)... De repente, o mundo para mim parava... ouvia-se “Ok Do You Want Something Simple; Ok Do You Want Something Simple...”. Fechava os olhos e deixava-me ir... eu estava “sozinho”... Nada mais interessava... vagueava pelos meus pensamentos, sonhos, ilusões... e sentia-me em paz... sentia-me bem... eram os meus três a quatro minutos... Tal como aparecia, a música desaparecia sem deixar rasto e eu voltava ao mundo real...
Depois foram os concertos... fantásticos, a fazerem-me viver e sentir emoções lindas... Ainda hoje me arrepio com certas músicas dos “The Gift”.
Depois, o mais engraçado... depois desta admiração que cresceu em mim de um momento para o outro, dei por mim a falar ao meu AMIGO (do fiat 127) dos The Gift, com um entusiasmo que não consigo descrever... E, claro, fui recordado por ele daquela viagem para Viseu... àquela em que os ouvi ainda sem saber quem eram... algo em que nunca mais tinha pensado, ou mesmo associado... Ainda hoje o meu AMIGO brinca com essa viagem: “The Gift... quem são os The Gift?”, diz ele de forma irónica...
A sexta que passou (dia 14) foi marcada pelo concerto dos “The Gift” em Tondela... contando com a presença de pessoas que amo, voltei a sentir tudo o que sentia... a alegria... os arrepios... e o fechar os olhos... mas descobri uma coisa... quando fecho os olhos, não tenho que ir para o “meu mundo” sozinho... posso pegar na mão de quem quero e levar esse alguém comigo... e foi ainda mais bonito... és linda olho castanho...
OBRIGADO “THE GIFT”

PS: A noite foi fantástica... mas teve um período de espera... e sem o final desejado... esperei, no final do concerto, pela música “Índios”, mas esta nunca foi cantada... foi pena... por isso, foi “quase”perfeito!!!

1 comentário:

vareira disse...

Sempre virada ao contrário, por medo ou insegurança, digo sempre o que não quero e o que não sinto...a minha mão foi conquistada pela tua quando vi os Gift pela 1ª vez, e desta vez foi o recordar desse momento.É nessa recordação que sinto e desejo que nunca mais a largues, que sempre me leves no teu fechar de olhos, e me leves sempre para o teu mundo que aprendi a amar...E deixa lá não ter ouvido os "indios"...gosto sempre de ouvir essa música cantada por ti!